19 de set. de 2009
A primeira semana de aulas já passou.
Não tenho nada de particularmente excitante e /ou interessante para contar, de modo que vou passar já à minha crítica ao famoso programa que já foi visto por quase 3 milhões de espectadores.
O conceito do novo programa dos Gato Fedorento oferece, a meu ver, uma boa oportunidade aos candidatos eleitorais de mostrarem uma faceta engraçadita da sua pessoa e, com isso, mudarem algumas opiniões e até, quem sabe, angariar alguns votos.
Vi apenas as quatro primeiras entrevistas e devo dizer que cada um usou uma estratégia diferente, o que em alguns casos não abonou muito a favor do candidato.
Comecemos pelo PM. Claro que, para quem quiser acreditar que tudo aquilo foi espontâneo, a entrevista a José Sócrates foi aquela que escorregou melhor, deixando para trás uma imagem menos cinzenta e amarga do líder do PS.
Mas se seguirmos outra via de pensamento e nos lembrarmos de que o acessor de Sócrates esteve reunido com os Gato a discutir detalhes da entrevista (como descobri no blog do afectado), então talvez todo aquele à-vontade e sentido de humor bonacheirão não tenham passado de pura encenação.
Prosseguindo para a Manélinha, tenho que admitir que fiquei bastante impressionada com a maneira como ela contornou algumas perguntas. Destaco a pergunta que a associava à ditadura, em que ela se safou de uma maneira muito interessante, invocando a ironia para se justificar e até enxovalhando ligeiramente o entrevistador.
Neste caso, não me parece que tenha havido encenação, mas tudo depende de como interpretamos aquela pausa silenciosa que Ferreira Leite fazia após as perguntas de Ricardo: será que estava a pensar minuciosamente em como responder de forma a não se contrariar ou estava apenas a rever o guião estudado previamente? Não quero pôr as mãos no fogo por um político, mas sinto-me mais inclinada para a primeira teoria.
A partir daqui penso que a maior parte dos espectadores já sabia (pelo menos eu sabia) que o que viria a seguir não teria tanto impacto. Mas não contava com uma prestação tão fraca de Paulo Portas. Quer dizer, fraca no contexto do programa; num debate ou num comício talvez as teorias apresentadas tivessem feito sucesso.
Diabos me levem, será que ninguém o avisou de aquilo era um programa de HUMOR? O líder do CDS-PP passou toda a entrevista a vitimizar-se e a atacar José Sócrates, quando deveria ter adoptado uma postura leve e bem-disposta, encarando as perguntas com o bom humor que a situação exigia.
Claro que não fiquei a pensar que Portas não tem sentido de humor; tenho a certeza de que ele conta bastantes anedotas alusivas ao nariz de Sócrates quando está entre amigos. Mas fiquei com a impressão de que o homem anda um nadinha obcecado com isto tudo e que talvez um cházito de camomila não lhe fizesse mal de todo...
Bem, não me debruçarei sobre a prestação de Louçã, que não tem nada de particularmente bom ou mau para destacar, nem sobre a de Rangel, que não tive oportunidade de ver.
Contudo, depois deste exaustivo texto de crítica wannabe, acho que deixei bem claro que o mais provável é eu não acompanhar o programa com tanto interesse, ou até nem voltar a acompanhá-lo de todo. Para além de já não me identificar com o tipo de humor que os Gato usam, duvido que as próximas entrevistas tenham o peso humorístico que as primeiras tiveram. Posso estar enganada, mas tenho para mim que depois de Sócrates e Manuela F. Leite, o resto são trocos*.
* - O resto são trocos no que toca ao programa e às entrevistas, não ao valor deles como futuros PM's. Esse aspecto deixou ao critério de quem vai votar conscientemente.
Na gaveta: Maldizendo e achincalhando
3 *:
A entrevista da Manuela foi a que mais gostei até agora. Surpreendeu-me pela positiva.
Só não gostei da do Portas, não teve mesmo piada nenhuma...
Mas os Gato são o máximo.
A cena do Sócrates e da Judite, estava um must! ;)
Big Kisses
A que gostei mais até agora foi a da Manuela, pela mesma razão que a CG. E realmente também não gostei da do Portas.
Ahah também adorei esse sketch da Judite e do Sócrates.
Realmente a entrevista com o Portas foi fraquinha em termos de momentos humorísticos.
Beijinhos
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